VineRobot é um consórcio composto por oito entidades europeias (cinco pme’s e três universidades), que desenvolveram um robô autónomo que mede parâmetros chave da vinha em tempo real para proporcionar dados que facilitam a tomada de decisões do viticultor.
O projeto VineRobot, para o desenvolvimento de um robô autónomo para vinhas, recebeu mais de dois milhões de euros de financiamento do Sétimo Quadro Comunitário de Apoio da União Europeia. A Universidade de La Rioja (Espanha) lidera o consórcio, também formado pela Universidade Politécnica de Valência (Espanha); a Universidade Hochschule Geisenheim (Alemanha); a empresa espanhola Avanzare; as francesas Les Vignerons de Buzet, FORCE-A e Wall-Ye; e a empresa italiana Sivis.
O projeto VineRobot é uma iniciativa de inteligência artificial que ajuda os viticultores na tomada de decisões graças à análise de dados das vinhas, um claro exemplo da aplicação de Big Data e Inteligência Artificial em campo, e possibilita estimar a concentração de azoto nas folhas e o conteúdo de antocianinas da uva diretamente na vinha. Com a análise dos dados copilados pelo VineRobot elaboram-se mapas que se podem ler de forma muito simples no ecrã do computador do próprio robô e enviar ao viticultor imediatamente para ajudá-lo na tomada de decisões.
O caráter autónomo do robô e a sua facilidade de uso liga bem com uma nova geração de viticultores que aposta por uma Agricultura Inteligente, uma vez que se trata de um robô pioneiro, a primeira geração de inteligência artificial aplicada à viticultura que proporciona resultados objetivos.
O novo prototipo apresenta um sistema de visão artificial que discrimina, com um elevado nível de pormenor, folhas e uvas em tempo real enquanto o robô circula pelas entrelinhas da vinha. Deste modo aumenta-se de maneira significativa a precisão das medições do sensor de fluorescência, evitando interferências provenientes da clorofila da vegetação. Um dos grandes desafios a que se enfrenta este segundo protótipo é a medição de antocianinas em movimento: o sensor deve deslocar-se a 30 centímetros dos cachos, o que implica uma elevada precisão para um sistema de navegação autónoma.
A equipa de trabalho, por sua vez, aumentou o desempenho em termos de segurança do robô e incluiu dois novos painéis solares que irão garantir 120 watts extra, o que permitirá que o computador encarregado da navegação e da segurança possa continuar a funcionar com um nível baixo das baterias. Estima-se que o robô estará totalmente operacional – à escala de laboratório – em finais de maio de 2017.
Monitorização inteligente da vinha
“Tradicionalmente, a tecnologia não serviu para impulsionar o desenvolvimento das vinhas na Europa. Desde a época dos romanos, o olho humano foi o único “sensor” que avaliava o estado da vinha e proporcionava uma avaliação subjetiva acerca do seu rendimento, crescimento vegetativo e estado das plantas”, assinala Javier Tardáguila (Universidade de La Rioja), coordenador do projeto. O VineRobot é um grande passo no sentido da monitorização objetiva e automática da vinha. Assim, o seu uso para monitorizar os parâmetros fisiológicos chave da vinha e a composição da uva tem várias vantagens relativamente aos dispositivos tradicionais e inclusivamente sobre os drones, uma vez que pode proporcionar informação chave sobre os parâmetros das vinhas muito mais rapidamente que as soluções tradicionais e, além disso, fá-lo com uma resolução muito elevada, de uma forma mais flexível e com custos baixos.
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