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O caminho para a digitalização do agricultor: 5 paragens essenciais

30 Jun 2022

Quando falamos de futuro, a atividade agropecuária está cada vez mais presente na conversa. Novos hábitos alimentares e uma relação mais comprometida com o meio ambiente são apenas alguns dos desafios que enfrentamos no sector primário.

 

O desafio mais imediato é garantir o abastecimento de alimentos a uma população que não pára de crescer. Segundo estimativas da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura), em 2050 a população mundial ultrapassará 9.000 milhões de pessoas.

 

Para isso, o sector agrícola terá que enfrentar uma procura que aumentará mais de 70% em algumas regiões. Um aumento da produção que, além disso, deve ser sustentável, com a mesma terra disponível usando menos água e fertilizantes para preservar o meio ambiente. A estes desafios, marcados pelo pacto verde da União Europeia, juntam-se outros específicos do sector, como a dificuldade de encontrar talento qualificado ou o aumento dos custos de produção.

 

A situação leva necessariamente a uma reconversão, impulsionada pela tecnologia como alavanca de mudança. Enquanto sectores como transporte de passageiros, cinema ou turismo passaram por enormes processos de mudança nos últimos anos, a revolução tecnológica na agricultura tem sido mais silenciosa, mas não inexistente. Basta lembrar que em apenas 200 anos o campo passou do arado de tração animal para o trator autónomo.

 

“Nos próximos anos, vamos vivenciar uma transformação radical da produção, ainda maior do que a que levou à mudança da mula para o trator. A tecnologia é um salva-vidas para os negócios de agricultores e produtores de gado, mas também para boa parte da nossa economia e bem-estar. A agricultura de precisão oferece a possibilidade de mudar a nossa relação com o campo, tornando-a mais eficiente, mais sustentável e mais competitiva”, assegura Eduardo Martínez de Ubago, Diretor de Negócios da John Deere Ibérica.

 

Neste contexto de oportunidade, a John Deere destaca as 5 paragens essenciais para um agricultor no caminho para a digitalização:

 

  1. Autocondução. É o pai do trator autónomo e o primeiro passo na agricultura de precisão. Um sistema de orientação agrícola que permite a condução automática do trator. O que se traduz em grandes economias de combustível, mas também de sementes, fertilizantes, fitos… Um bom sistema de orientação automática permite-lhe trabalhar quando precisar, à noite ou em más condições de visibilidade e permite que o faça confortavelmente, sem se preocupar em conduzir enquanto a máquina desenha linhas perfeitas.
  2. Documentação. Qualquer agricultor está ciente da importância de ter todas as suas tarefas registadas. A diferença é que o antigo caderno de campo agora é digital. O processo de documentação ocorre através de máquinas conectadas que, graças à tecnologia, capturam os dados do campo e os enviam para uma plataforma de gestão que fornece informações precisas para conhecer o estado ideal do cultivo e tomar decisões inteligentes, que acabam por impactar numa redução das aplicações e dos custos de produção. A importância da digitalização do caderno de campo é tal que recentemente, o Ministério da Agricultura, Pescas e Alimentação de Espanha publicou em decreto que regulamentará o novo Sistema de Informação das Explorações Agrícolas em que se prevê que todos os dados sejam unificados e o caderno campo seja totalmente digital.
  3. Prescrição. Os mapas de prescrição agropecuária permitem economia de consumíveis e otimização do rendimento, utilizando as informações recolhidas no processo de documentação para aplicação seletiva de sementes, fertilizantes ou produtos fitossanitários na mesma parcela. É a "receita" que permite à nossa máquina realizar um zoneamento da parcela de acordo com os parâmetros previamente escolhidos. Da melhor tomada de decisão à execução mais precisa e eficiente.
  4. Planificação. Intimamente ligada ao ponto anterior, o planeamento é fruto da documentação e prescrição: antecipa o que acontecerá a seguir no campo e transmite de forma automática a informação à máquina, que se configura para a realizar.
  5. Automatização para o corte de secções e dosagem variável. Se nas paragens anteriores falamos de análise, com recolha de dados e tomada de decisões, agora é que passamos para a fase de execução. Com os mapas de dosagem variável, gere-se a dose de sementeira, controlando a quantidade de semente aplicada por hectare, a fertilização da parcela ou a aplicação de produtos fitossanitários, uma das tarefas agrícolas que mais consomem tempo e que têm maior importância no rendimento final do cultivo. Por seu lado, o controlo e corte de secções permite uma maior eficiência, garantindo que não haja sobreposições ou omissões em nenhuma destas tarefas.

 

A tecnologia no campo é uma realidade e já não está reservada a poucos, mas tornou-se um elemento ao alcance de qualquer exploração agrícola, algo fundamental em regiões do mundo como a península ibérica, onde 95% das empresas do sector agroalimentar são PME, das quais 80% têm menos de 10 trabalhadores. Para qualquer um deles, um smartphone é suficiente para usar os recursos básicos da agricultura de precisão e iniciar a jornada rumo à digitalização.