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NOTICÍA

Tendências na tecnologia de colheita de forragem

17 Nov 2025

Por Heinz-Günter Gerighausen, Kürten

 

A qualidade homogénea da forragem tem impacto direto na produção de leite e carne dos animais, bem como na estrutura de custos da exploração agrícola. Da ceifa à colheita, todas as evoluções tecnológicas visam adequar o tratamento da cultura à sua finalidade e, ao mesmo tempo, reduzir a carga de trabalho dos operadores.

 

 

Entre os avanços mais recentes destacam-se o controlo automático da gadanheira frontal — que se ajusta à inclinação e às curvas para evitar formações irregulares — e o ajuste automático do condicionador em função do fluxo de massa e do grau de murchidão desejado.

 

Os reboques auto-carregadores atingem hoje níveis de corte comparáveis aos das picadoras de forragem, com o objetivo de obter cortes curtos e homogéneos. No caso das enfardadeiras de câmara variável, as diferenças mínimas no teor de matéria seca são essenciais para garantir uma alimentação equilibrada. Já os fardos redondos, estáveis e hermeticamente selados, continuam a ser o padrão de referência.

 

No conjunto, a colheita moderna busca cortes consistentes, elevado rendimento e menor impacto ambiental, com menor fadiga para o operador — do pickup à ejeção.

 

Corte, espalhamento e encordoamento

As gadanheiras combinadas continuam a ser as mais procuradas. Apesar da limitação legal que restringe a largura de trabalho a 3 metros, têm surgido soluções inovadoras, como o deslocamento lateral automático em arco, que otimiza o aproveitamento da largura de corte em terrenos inclinados ou curvas.

 

 

O ajuste automático do condicionador constitui um passo importante na melhoria da homogeneidade da forragem, mesmo durante o corte. As condições de cultura e meteorologia raramente permitem um processo de secagem controlado. A heterogeneidade da vegetação leva a diferentes graus de murchidão no mesmo talhão, resultando em flutuações na acidez da silagem e menor apetência do alimento pelos animais.

 

O objetivo ideal — uma diferença máxima de 10% de matéria seca — é difícil de atingir. O novo sistema visa uniformizar o grau de murchidão em todo o campo, utilizando informação de biomassa obtida por satélite ou sensores embarcados na máquina. Estes sensores ajustam automaticamente o condicionador via ISOBUS, melhorando a qualidade da forragem e o conforto operacional.

 

 

O avanço da automação aponta para operações futuras de corte, espalhamento e encordoamento autónomos, com máquinas inteligentes capazes de controlar e monitorizar o processo. Tal solução permitirá que o operador se concentre apenas na condução, reduzindo erros e danos, ao mesmo tempo que favorece a proteção da fauna silvestre.

 

A busca por maiores larguras de trabalho continua. Um exemplo é o primeiro espalhador de 12 rotores e 13 metros, com mecanismo especial de rebatimento para transporte rodoviário. Contudo, o aumento da dimensão levanta questões de compactação do solo, que deve ser cuidadosamente avaliada.

 

 

Nas regiões alpinas, a eficiência do encordoamento é igualmente crucial. A introdução de um encordoador frontal telescópico permite trabalhar com grandes larguras, mantendo a segurança rodoviária e a eficiência operacional.

 

Reboques auto-carregadores forrageiros

As picadoras de forragem continuam a destacar-se pelo ajuste contínuo do comprimento de corte. Atualmente, os cortes curtos (10 a 14 mm) também ganham espaço na silagem de erva, permitindo melhor compactação, menor desgasificação e misturas homogéneas na carro de mistura.

 

Para competir neste campo, os fabricantes de reboques auto-carregadores estão a desenvolver sistemas que aproximam o pickup do rotor, melhorando o fluxo de material e a pré-compactação antes das facas de corte.

Se o encordoamento for insuficiente, pode reduzir-se a velocidade do rotor (por exemplo, de 47 para 40 rpm), aumentando a densidade do material.

 

Nas versões mais avançadas, sem-fins laterais alimentam o rotor de forma equilibrada, reduzindo os comprimentos excessivos e melhorando a uniformidade do corte.

A tecnologia atual inclui ainda pickups de acionamento hidráulico, ajustados automaticamente à velocidade e ao volume de forragem. O futuro aponta para acionamentos elétricos com regulação inteligente — exigindo, naturalmente, geradores mais potentes.

 

 

Enfardadeiras

Os fardos redondos continuam a afirmar-se como uma alternativa eficiente de conservação. As enfardadeiras com enrolador integrado são as mais rápidas, completando o processo de compactação e selagem em menos de três minutos.

 

Apesar da tendência para maiores diâmetros e câmaras variáveis, continua a haver procura por fardos mais pequenos, especialmente por razões logísticas e de alimentação faseada.

 

O importante é o conteúdo em matéria seca — e não o peso total. A tecnologia atual permite ajustar o diâmetro do fardo em tempo real, com base em três células de carga e sensores de humidade, garantindo que cada fardo atinge o valor desejado de matéria seca.

 

 

Na área dos materiais de atamento e película, os fabricantes procuram reforçar a imagem ecológica. Contudo, as soluções biodegradáveis ainda levantam dúvidas técnicas, nomeadamente quanto à estabilidade da silagem e transferência de fardos.

 

Outro avanço é a rastreabilidade dos fardos: após a amarração, é aplicada uma etiqueta eletrónica, registando todos os dados do fardo. O controlo logístico e comercial é feito através de uma aplicação móvel, tornando o processo simples e eficiente.

 

Picadoras de forragem

Nos equipamentos mais dispendiosos, a lista de exigências é clara: elevado rendimento, ausência de entupimentos, baixa manutenção e máximo conforto para o operador.

 

Os novos sistemas de pickup mais próximos do sem-fim de alimentação, transmissões por correia e lubrificação automática asseguram cabeças praticamente isentas de manutenção. Os roletes de compressão de maior diâmetro e os sem-fins otimizados aumentam o fluxo de material, aproveitando ao máximo o potencial da máquina.

 

O guiamento automático do encordoamento, já conhecido das enfardadeiras, chega agora às picadoras, aliviando o trabalho do condutor.

 

O novo sistema de afiação automática permite até 2.200 ciclos antes da substituição das pedras, reduzindo o tempo de paragem e o esforço de manutenção em 70%.

 

Os sensores de velocidade de fluxo na conduta de descarga alertam o operador em tempo real para possíveis bloqueios, evitando paragens dispendiosas e aumentando a produtividade.

 

A tecnologia NIRS, integrada, permite monitorizar a produção e qualidade da forragem por parcela, otimizando a gestão alimentar ao longo da campanha.

 

Na colheita de milho, o valor CSPS (Corn Silage Processing Score) mede o grau de processamento dos grãos. Uma aplicação móvel permite avaliar a qualidade durante a colheita — em benefício do animal, do ambiente e da rentabilidade.

 

 

Conclusão

A colheita de forragem está a entrar numa nova era, marcada pela digitalização, inteligência artificial e automatização progressiva.

 

O foco é cada vez mais a precisão ajustada às necessidades reais, garantindo forragens mais nutritivas, operações mais eficientes e uma agricultura mais sustentável — com menos esforço humano e maior produtividade animal.