Os fruticultores de Armamar têm agora uma nova arma contra o granizo, que nos últimos anos tem causado elevados estragos nos pomares do concelho conhecido por ser a capital da maçã de montanha. Só em junho, o mau tempo provocou perdas na ordem dos 10 milhões de euros. Há dois anos consecutivos que os produtores deste fruto têm registado prejuízos de milhões.
Para evitar que o cenário se repita nas próximas colheitas, estão a ser instalados canhões antigranizo. O projeto orçado em dois milhões de euros é da responsabilidade da Cooperativa Agrícola e da Associação de Fruticultores de Armamar.
"Após vários sinistros que temos tido durante estes quatro anos resolvemos depois de analisarmos outros sistemas que este era o mais eficaz", explica o presidente das duas organizações de produtores, José Osório.
Das 48 torres que serão montadas até ao início do próximo ano, oito já se encontram em funcionamento.
"O concelho vai ficar todo coberto com estes canhões. Cada canhão cobre aproximadamente 80 hectares", refere, acrescentando que para além dos pomares também ficaram a salvo do granizo e da trovoada pequenos quintais, terrenos florestais e agrícolas e habitações.
"Estes canhões são monitorizados por um radar que quando a trovoada se aproxima eles vão disparando umas ondas que fazem com que a trovoada se espalhe e o granizo é transformado em chuva ou granizo mais fino, não prejudicando a colheita", elucida.
Em França e em Espanha os canhões antigranizo já são muito utilizados no mundo agrícola. Em Portugal, segundo José Osório, este é o maior projeto do género.
Os fruticultores de Armamar já passaram pelo país vizinho para ver o sistema a trabalhar e só ouviram elogios dos homólogos espanhóis."Fomos verificar e falámos com agricultores e eles estão satisfeitos. Alguns deles até disseram que depois que montaram isto a trovoada deixou de os incomodar", conta.
O ruído causado pelos canhões sempre que são disparados pode assustar e ou surpreender os mais distraídos ou temerosos.
O dirigente da Cooperativa Agrícola e da Associação de Fruticultores de Armamar considera que apesar disso, os ganhos serão maiores.
"Faz um bocado de barulho, por isso fizemos vários pedidos à Agência Portuguesa do Ambiente e Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional. Todos esses pedidos estão aprovados, a partir daí espero que ninguém nos incomode", afirma, acrescentando que o sistema não acarreta qualquer problema ambiental, nem para humanos, nem para os animais.
Para comprar os canhões, as duas organizações de produtores tiveram que recorrer a um empréstimo bancário. Cada fruticultor terá que pagar entre 150 a 200 euros por hectare. Os produtores de maçã aguardam ainda um eventual apoio financeiro do Plano de Desenvolvimento Rural.
Armamar é o maior produtor de maçã do país. Dos pomares do concelho saem anualmente, em média, cerca de 90 toneladas deste fruto, que é produzido por mais de uma centena de agricultores.
Fonte: TSF
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